A SUBJETIVIDADE DO EXCLUÍDO COMO TERRA DE NINGUÉM PARA A CIÊNCIA MODERNA

Autores

  • Rafael César Pitt Universidade Federal do Amapá

Resumo

O tema deste artigo consiste na crítica contemporânea à suposta universalidade do discurso científico moderno. O objetivo é analisar literária e filosoficamente o conto Um discurso sobre o método (1989) do carioca Sérgio Sant’Anna. O referencial teórico é composto de Gerard Genette (1979), Georg Simmel (1973), Edgar Allan Poe (2009), Júlio Cortázar (1974) e Ricardo Piglia (2004). Os resultados indicam que a modernidade e seu ideal universalista de subjetividade pensante não se sustentam sob as condições da pobreza. Sem suporte material e cultural, o indigente padece da falta de humanidade e se torna objeto de discursos científicos. A conclusão é que a subjetividade perde seu valor humano e tomba disputada por terceiros como terra de ninguém.

 

DOI: 10.5935/1984-6614.20200014

Biografia do Autor

Rafael César Pitt, Universidade Federal do Amapá

Professor do Curso de Filosofia da Unifap - Campus Santana

Referências

CORTÁZAR, J. Alguns aspectos do conto. In: _____. Valise de cronópio. São Paulo: Perspectiva, 1974, p.147-163.

GENETTE, G. Discurso da narrativa. Tradução de Fernando Cabral Martins. Lisboa: Veja, 1979.

PIGLIA, R. Teses sobre o conto. In: ____. Formas breves. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p.89-94.

POE, E. A. A filosofia da composição. 4. ed. In: _____. Poemas e ensaios. São Paulo: Globo, 2009, p.113-128.

SANT’ANNA, S. Um discurso sobre o método. In: _____. A senhorita Simpson: histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 87-106.

SIMMEL, G. A metrópole e a vida mental. In: VELHO, O. G. (Org.) O fenômeno urbano. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1973, p.11-25. (Coleção Textos básicos de ciências sociais).

Downloads

Publicado

2020-07-03

Edição

Seção

O sujeito em sociedade