O MEZ DA GRIPPE: DA CALAMIDADE PÚBLICA À ESTÉTICA HÍBRIDA

Autores

  • Brunilda Reichmann Mestrado em Teoria Literária, Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, Paraná, Brasil
  • Paulo Sandrini Uniandrade

DOI:

https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v16i3.1154

Resumo

Neste artigo abordamos dois aspectos de O mez da grippe, de Valêncio Xavier – a composição gráfica e a geração de sentido por meio das referências históricas na obra. Na primeira parte, utilizando o conceito de paratextualidade de Gérard Genette, analisaremos algumas características gráficas da obra, tão diversas das encontradas no romance e na novela tradicionais, que circundam a narrativa de Dona Lúcia, uma sobrevivente da gripe espanhola. Na segunda, procuraremos demonstrar, à luz de Wolfgang Iser e seus conceitos de espaços vazios ou pontos de indeterminação, leitor implícito e assimetria entre texto e leitor, como as referências históricas podem aumentar o repertório do leitor. Consequentemente, há geração de sentidos na obra, não apenas a partir de projeções pessoais, mas por meio das correções ou mesmo do abandono de tais projeções no decorrer da leitura, partindo de alguns elementos fornecidos pelo próprio texto.

Palavras-chaves: Gripe espanhola. Graphic novel. Geração de sentidos.

 

Biografia do Autor

Brunilda Reichmann, Mestrado em Teoria Literária, Centro Universitário Campos de Andrade, Curitiba, Paraná, Brasil

Pós-Doutoranda pela UFMG. Professora Titular de Departamento de Letras da UFPR (aposentada). Professora titular do mestrado em Teoria Literária da Uniandrade-PR.

Editora da revista Scripta Uniandrade.

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DOI: 10.5935/1679-5520.20180048

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Publicado

2018-11-11