AS CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS DO TRABALHO DO IMIGRANTE EM AMAR, VERBO INTRANSITIVO, UM IDÍLIO, DE MÁRIO DE ANDRADE

Autores

  • Angela Maria Rubel Fanini Uniandrade UTFPR

DOI:

https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v17i1.1220

Resumo

Este artigo analisa as construções discursivas do universo do trabalho do imigrante, em Amar, verbo intransitivo de Mario de Andrade. A abordagem se vale das reflexões de Marx (1986), Engels (1990), Lukács (1980) e de Candido (1981, 1985), Bosi (1992) e Bakhtin/Voloshinov (1986)  na linha sociológico-literária, procurando ver como o discurso literário andradiano constrói uma certa identidade para o trabalhador estrangeiro no Brasil. Focalizando-se, mormente, Elza, a personagem governanta alemã, percebeu-se que há mudanças significativas na recriação do universo laboral brasileiro do início do século XX, do trabalhador formalmente livre, sendo o trabalho fonte de status e sociabilidade, revelando relações mercantis e impessoais, dentro de chave liberal-burguesa, sendo também metáfora para as novas configurações laborais e de identidade nacional no período da Primeira República.

Palavras-chave: Literatura brasileira. Universo do trabalho. Análise dialógica do discurso. Mario de Andrade.

 

DOI: 10.5935/1679-5520.20190009

Biografia do Autor

Angela Maria Rubel Fanini, Uniandrade UTFPR

Bolsista em produtividade em pesquisa CNPq. Professor Doutor em Teoria da literatura.

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DOI: 10.5935/1679-5520.20190009

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Publicado

2019-06-07