A FONTE DE TODOS OS MALES: SEDUÇÃO FEMININA EM UM CONTO DE BÉCQUER
DOI:
https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v17i1.1313Resumo
O presente trabalho apresenta uma reflexão acerca da configuração da personagem fantástica feminina na obra “Ojos verdes” (1861), de Gustavo Adolfo Bécquer. Tendo em vista a perspectiva dos estudos mitocríticos que contemplam o aspecto ancestral do feminino maléfico, observa-se como se produz a manifestação da mulher fatal, vinculada ao feminino terrível e às águas na literatura do século XIX por meio da obra bequeriana. Analisa-se, assim, a representação simbólica que denominamos mulher-sereia, imagem que, repleta da carga mítica, se apresenta no conto construindo a figura arquetípica de mulher sedutora e atraente, mas perigosa e por vezes fatal, que pode conduzir suas vítimas à perdição.
Palavras-chave: Mulher-sereia. Arquétipos literários. Literatura fantástica. Gustavo Adolfo Bécquer.
DOI: 10.5935/1679-5520.20190002
Referências
BACHELARD, G. A água e os sonhos. Trad. Antonio de P. Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
BARTHES, R. Mitologias. Trad. Rita Buongermino e Pedro de Souza. Rio de Janeiro: DIFEL, 2003.
BEAUVOIR, S. de. O segundo sexo II: a experiência vivida. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1967.
BÉCQUER, G. A. Leyendas. Edição Bilíngue. Brasília: Embajada de España, 2005.
BENÍTEZ, R. Bécquer Tradicionalista. Madrid: Gredos, 1971.
CALASSO, R. A literatura e os deuses. Trad. Jônatas Batista Neto. São Paulo: Cia das Letras, 2004.
DURAND, G. As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
FURTADO, F. A construção do fantástico. Lisboa: Livros Horizonte, 1980.
IZQUIERDO, P. Introdución. In: BÉCQUER, G. A. Leyendas. Madrid: Cátedra, 2005.
NEUMANN, E. A Grande Mãe. Tradução de Fernanda P. de Mattos e Maria S. Mourão Netto. São Paulo: Cultrix, 1996.
PRAZ, M. A carne, a morte e o diabo na literatura romântica. Trad. Philadelpho Menezes. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.
SHOWALTER, E. “A crítica feminista no território selvagem”. Trad. Deise Amaral. In: HOLLANDA, H. B. de. Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 23-57.
TENA, M. E. D. Seres fantásticos femeninos en leyendas románticas peninsulares: Revista da faculdade de letras, línguas e literaturas, II série, vol. xxii, Porto, 2005, p. 119-132.
TODOROV, T. Introducción a la literatura fantástica. Chile: Editorial Tiempo Contemporâneo, 1970.
VOLOBUEF, K. (Org.) Dimensões do fantástico, mítico e maravilhoso. Araraquara: Cultura Acadêmica, 2011.
WARNER, M. Da fera à loira. Trad. Thelma Médici Nóbrega. São Paulo: Cia. das Letras, 1999.
DOI: 10.5935/1679-5520.20190002
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Esta obra está licenciada com uma Licença Licença Creative Commons Attribution 3.0
A revista permitirá que os autores retenham os direitos autorais e de publicação de seus artigos sem restrições.