PALIMPSESTO DE AGRESSÕES COTIDIANAS: A ESTRUTURA DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO EM ELVIRA VIGNA
DOI:
https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v17i2.1343Resumo
O presente artigo objetiva discutir a figuração da violência de gênero na obra Como se estivéssemos em palimpsesto de putas (2016), de Elvira Vigna. Será dado foco à expressão menos observável dessa violência, a saber, a violência moral ou psicológica, que se apresenta de maneira estruturada e naturalizada em nossa sociedade. Com base nas postulações teóricas de Rita Laura Segato (2003), pretende-se efetuar um diálogo entre literatura e sociedade, de modo que se possam compreender as estruturas hierárquicas que regulam os sujeitos e como tais estruturas aparecem no texto literário. Para além disso, procura-se destacar na obra a rearticulação das afetividades que se apresenta enquanto alternativa ao chamado sistema de status.
Palavras-chave: Violência de gênero; Atos simbólico-violentos; Sistema de status; Elvira Vigna.
DOI: 10.5935/1679-5520.20190019
Referências
BIROLI, F. Gênero e desigualdades: os limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. Tradução Maria Helena Kühner. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
_______. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
COATES, J. Women, men and language: a sociolinguistic account of gender differences in language. 3. ed. London: Routledge, 2004.
DALCASTAGNÈ, R. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Rio de Janeiro: Editora da Uerj, 2012.
FERRARA, J. A. Literatura, gênero e política na América Latina: conexões entre Pagu e Blanca Luz. 2019. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2019. Disponível em: <https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/9340>. Acesso em: 17 maio 2019.
FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber. Tradução Maria Thereza da Costa Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2018.
HIRIGOYEN, M. F. A violência no casal: da coação psicológica à agressão física. Tradução Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.
MIGUEL, L. F. O feminismo e a política. In: _____; BIROLI, F. (Orgs.). Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014, p. 17-30.
PATEMAN, C. O contrato sexual. Tradução Marta Avancini. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
RAMA, A. A cidade das letras. Tradução Emir Sader. São Paulo: Bontempo, 2015.
REIS, C. R. S.; TEIXEIRA, S. A.; MENDES, B. G. Heteronormatividade: implicações psicossociais para sujeitos não-heteronormativos. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 5, n. 3, jul. 2017. Disponível em: <http://jornal.faculdadecienciasdavida.com.br/index.php/RBCV/article/view/292>. Acesso em: 17 maio 2019.
SEGATO, R. L. Las estructuras elementales de la violencia. Bernal: Universidad Nacional de Quilmes, 2003.
VIGNA, E. Como se estivéssemos em palimpsesto de putas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
ZAFRA, R. Las cartas rotas: espacios de igualdad y feminización en internet. Almería: Instituto de Estudios Almerienses, 2005.
DOI: 10.5935/1679-5520.20190019
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Esta obra está licenciada com uma Licença Licença Creative Commons Attribution 3.0
A revista permitirá que os autores retenham os direitos autorais e de publicação de seus artigos sem restrições.