CORPOS (NÃO) HUMANOS EM SACRIFÍCIO: AS PERSPECTIVAS TRANSUMANAS E OS LIMITES ÉTICOS NA OBRA NÃO ME ABANDONE JAMAIS, DE KAZUO ISHIGURO

Autores

  • Eduardo Marks de Marques Universidade Federal de Pelotas
  • Eugênia Adamy Basso Universidade Federal de Pelotas

DOI:

https://doi.org/10.55391/2674-6085.2021.2100

Resumo

Na busca da superação dos limites naturais humanos, o transumanismo compreende que a tecnologia pode auxiliar na remodelagem desses indivíduos a fim de desenvolver pós-humanos cognitiva, emocional e fisicamente melhorados. Em Não me abandone jamais, o internato de Hailsham é um espaço de exílio para clones que vivem à parte da sociedade inglesa do final da década de 1990. Na distopia, o uso de clones como meros doadores de órgãos é justificado como meio essencial para a cura de moléstias graves e tidas até então como incuráveis – a exemplo, o câncer. Sendo assim, este trabalho busca uma reflexão sobre o que é ser humano e quais os limites da ética quando movimentos transumanos marginalizam corpos em prol de outros.

 

Palavras-chave: Transumanismo, Distopia. Humano. Clones. Corpos.

Biografia do Autor

Eduardo Marks de Marques, Universidade Federal de Pelotas

Professor Associado III de Literaturas de Lìngua Inglesa

Centro de Letras e Comunicação

Universidade Federal de Pelotas

Eugênia Adamy Basso, Universidade Federal de Pelotas

Doutoranda em Letras, na linha de pesquisa Literatura, Cultura e Tradução na Universidade Federal de Pelotas

Referências

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Publicado

2021-11-07