QUESTÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA ÉPOCA E NA OBRA DE SHAKESPEARE
DOI:
https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v12i2.523Resumo
Partindo de conceitos desenvolvidos pela crítica neo-historicista e cultural materialista, este artigo traça um panorama do lugar da mulher na estrutura patriarcal da sociedade elisabetana-jacobina no início da modernidade. Para investigar os mecanismos da construção da identidade e do comportamento social, Shakespeare transforma a convenção cênica do travestimento em uma arma subversiva para questionar as noções de gênero e identidade no contexto das ortodoxias de sua cultura. Por meio do uso criativo do duplo disfarce ele consegue inverter os estereótipos e mostrar que a identidade de gênero não deve ser vista como um atributo fixo, mas como uma variante fluída que se altera de acordo com as circunstâncias em diferentes tempos e contextos.
Palavras-chave: Shakespeare. Gênero. Identidade. Travestimento.
Referências
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo, v. 1: Fatos e mitos. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo: Nova Fronteira, 1987.
BLOOM, Harold. Shakespeare: A invenção do humano. Trad. José Roberto O”Shea. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.
BURCKHARDT, Jakob. The Civilization of the Renaissance in Italy. New York: Macmillan, 1921.
BURKE, Peter et alii. O homem renascentista. Trad. Maria Jorge Vilar de Figueiredo. Lisboa: Editorial Presença, 1991.
CAMATI, A. S. Ofélia revisitada: a estética da encenação teatral de Marcelo Marchioro. In: TOMITCH, Leda et alii. Literaturas de Língua Inglesa: visões e revisões. Florianópolis: Insular, 2003, p. 443-455.
___. Crossdressing as performative subversion of identity in Shakespeare’s The Merchant of Venice. In: Anais do I Congresso Internacional da ABRAPUI. Belo Horizonte: UFMG, 2007, p. 1-11.
DOLLIMORE, Jonathan; SINFIELD, Alan. Political Shakespeare: New Essays in Cultural Materialism. Ithaca & London: Cornell University Press, 1991.
DUSINBERRE, Juliet. Shakespeare and the Nature of Women. London: Macmillan, 1996.
EAGLETON, Terry. Marxism and Literary Criticism. London: Methuen, 1976.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva & Guacira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2004.
KOTT, Jan. Shakespeare, nosso contemporâneo. Trad. Paulo Neves. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
MONTAIGNE, Michel. Ensaios. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda., 1996. v. 1.
SANTOS, Marlene Soares dos. Shakespearean Androgyny: a Feminist Reading. In: Anais do XXVI SENAPULLI. Campinas: FAPESP, 1994. p. 23-27.
SHAKESPEARE, William. Do jeito que você gosta. Trad. Rafael Rafaelli. Florianópolis: Editora da UFSC, 2011.
_____. Hamlet. Trad. Anna Amélia de Queiróz Carneiro de Mendonça. Rio de Janeiro: Lacerda, 2004.
_____. O mercador de Veneza. Trad. Barbara Heliodora. Rio de Janeiro: Lacerda, 1999.
TYLLIARD, E. M. W. The Elizabethan World Picture. London: Chatto & Windus, 1943.
WAYNE, Valerie (ed.). The Matter of Difference: Materialist Feminist Criticism of Shakespeare. New York: Cornell University Press, 1991.
DOI: http://dx.doi.org/10.18305/1679-5520/scripta.uniandrade.v12n2p103-115
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Esta obra está licenciada com uma Licença Licença Creative Commons Attribution 3.0
A revista permitirá que os autores retenham os direitos autorais e de publicação de seus artigos sem restrições.