JOGOS LITERÁRIOS EM NOVE NOITES, DE BERNARDO CARVALHO

Autores

  • Débora Scheidt Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Paraná, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.18305/scripta%20uniandra.v11i1.567

Resumo

Este artigo examina a presença de jogos literários no romance Nove noites, de Bernardo Carvalho (2002). Extensiva a conscientemente, Carvalho faz uso de quatro estratégias narrativas que, segundo a definição de Peter Hutchinson, podem ser consideradas como “jogos literários”: (i) a manipulação da referencialidade e da ficcionalidade literárias, (ii) o estabelecimento de paralelismos em diferentes níveis da narrativa, (iii) o emprego de recursos narrativos que exploram formas não tradicionais de foco narrativo: narração vacilante, autoconsciência e narrador não confiável e (iv) a proposição de um enigma, com a simultânea adoção e subversão da fórmula da história de detetive. Paradoxalmente, ao brincar com as expectativas do leitor, Carvalho propõe uma reflexão séria sobre o papel da ficção na contemporaneidade.

Palavras-chave: Nove noites. Bernardo Carvalho.  Jogos literários.

 

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DOI: http://dx.doi.org/10.18305/1679-5520/scripta.uniandrade.v11n1p49-66

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Publicado

2016-10-22