O ESPETÁCULO DAS VIDAS OCULTAS

Autores

  • Ronaldo Galindo Sobral Uniandrade

DOI:

https://doi.org/10.55391/1679-821X.2022.2993

Palavras-chave:

contemporaneidade, relato, crônica, sociedade

Resumo

Este trabalho apresenta uma análise da obra A vida que ninguém vê, da escritora gaúcha Eliane Brum.
Os textos que embasaram esta produção são relatos reais publicados na coluna “A vida que ninguém
vê”, do Jornal Zero Hora, da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Neste artigo, busca-se
evidenciar o olhar atento da narradora aos detalhes da vida cotidiana e banal de pessoas comuns da
sociedade; pessoas que não são celebridades, porém vivem ou já viveram situações extraordinárias em
suas rotinas. Com o registro das histórias desses cidadãos comuns, a autora faz referência a indivíduos
anônimos, à margem de uma sociedade classista e excludente. A abordagem de Brum é humanizada,
impregnada de sensibilidade para com aqueles que dirige seu olhar. Este artigo explora a capacidade de
Brum em construir sua narrativa a partir dos relatos pessoais dos entrevistados, enquanto reforça o
caráter extraordinário de cada uma das vidas retratadas, convidando-nos a observar tais sujeitos com um
olhar diferente do habitual; olhar direcionado para o homem simples, que metaforicamente pode
representar qualquer brasileiro. Os textos analisados são relacionados às teorias de filósofos e escritores
que abordaram a complexidade e o comportamento humano em sociedade.

Referências

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Publicado

05-09-2023

Edição

Seção

Artigos