A INCURSÃO METAFICCIONAL PELA IMAGEM COMO EXPERIMENTAÇÃO PÓSMODERNA EM “O QUARTO FECHADO” DE LYA LUFT

Resumo

O presente trabalho analisa alguns aspectos constituintes do romance contemporâneo, dito romance pós-moderno através da obra “O Quarto Fechado” da autora Lya Luft, de 1984. Neste sentido, a pesquisa traça a relevância do romance pós-moderno através das teorias de Linda Hutcheon (1991) em Uma Poética do pós[1]modernismo. A partir dos conceitos para o que caracteriza o pós-moderno na Literatura, fundamentado em decorrência do capitalismo, bem como dos avanços científicos e tecnológicos para entender o objeto literário como uma corrente das transformações em detrimento do Homem político, social e contraditório. Assim, as análises visam ideias de disrupção com a forma tradicional do romance literário, por exemplo, pois a obra suscita para o pós-moderno uma poética de inovação literária em que a imagem se apresenta diante da narrativa como elemento descontínuo em relação à narratividade, pois a obra parte da imagem como experimento ficcional, cuja ideação desse romance está configurada para além da fórmula-chave da literatura, quando esta subverte esse formato. Tal aspecto é disruptivo para o romance, pois contempla uma obsessão poética pós-moderna em adornar a leitura pela escrita através da imagem. Esse diálogo é intertextual, e por vezes, matéria para a imanência do objeto literário como construto de expressão artística imbuído das transgressões extemporâneas e excêntricas da cultura de massa, ou ainda das transposições de mídias, remediação de mídias e combinação de mídias, visto que o texto incute na função visual que desembarca num processo metaficcional em que a autora e a personagem se confundem segundo a configuração bakhtiniana (2003) partindo do pressuposto entre autor e personagem, isto é, comum ao processo literário ancorado no experimentalismo estético da criação verbal.