ANA DAVENGA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO: A LÍNGUA PLURAL DO CORPO

Autores

  • Eliza de Souza Silva Araújo UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • Liane Schneider UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Palavras-chave:

Mulher negra. Erótico. Sexualidade feminina. Pluralidade. Silenciamento. Ana Davenga.

Resumo

O conto Ana Davenga, da escritora brasileira negra Conceição Evaristo, apresenta-nos uma personagem feminina negra bastante erotizada, consciente do seu corpo e resistente aos moldes socialmente criados para padronizar os comportamentos de mulheres. Usando os pressupostos de Audre Lorde sobre a essência erótica feminina num diálogo com a teoria de Lucy Irigaray sobre a sexualidade plural da mulher, observamos a personagem como voz/corpo que resiste ao silenciamento que a sociedade espera da mulher, como articulam Michelle Perrot e bell hooks. Também dialogamos com análises anteriores sobre o conto e a personagem, no intuito de expandir nosso entendimento a respeito de Ana Davenga, focando nosso olhar no seu ser erotizado, consciente e plural.

 

DOI: 10.18304/1984-6614/scripta.alumni.n14p110-121

 

Biografia do Autor

Eliza de Souza Silva Araújo, UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Aluna de pós graduação do Programa de Pós Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba. Formada em Letras, habilitação em Língua Inglesa. Pesquisadora em Literatura com interesse em diálogos de gênero e raça.

Liane Schneider, UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Possui graduação (Bacharelado) em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1985), Mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1995). O doutorado em Letras (Inglês e Literaturas Correspondentes) a professora obteve pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2000. Atualmente atua no Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFPB e no Programa de Pós-Graduação em Letras da mesma instituição. Suas pesquisas mais recentes estão voltadas aos estudos de gênero, culturais e pós-coloniais. A professora tem mais recentemente pesquisado a literatura produzida por grupos definidos como não-hegemônicos – indígenas, afro-descendentes, mulheres, homossexuais, etc. As literaturas em língua inglesa e as questões culturais implicadas (estadunidense, canadense, inglesa) e as comparações dessas com as produções brasileiras são seu maior interesse.

Referências

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Publicado

2015-12-14

Edição

Seção

Identidades